A Porteira do Tempo

Joca Martins

Compositor: Gujo Teixeira / Murilo Teixeira

Num fundo, ermo de campo, onde quem cruza se vai
Quase costeando o Uruguai, num rincão desses comuns
Existe um silêncio eterno, de se escutá o pensamento
E uma porteira do tempo, que dá caminho pra alguns

A vida tem alma de estância, e conhece cada picada
Recorre toda a invernada, quando a quietude repecha
Vem buscar sua verdade, no que não tem argumento
Onde a porteira do tempo, só dá razão pra quem fecha!

Onde se invernam saudades, dessas que a gente constrói
E ninguém sente que dói, por lhe guardar no passado
Tem um palanque cravado, no campo do esquecimento
Pois a porteira do tempo, só dá cruzada pra um lado!

E neste fundo de campo, adonde fiz meu rincão
É que existe um coração, ferido a ponta de sabre
Que se curou por solito, mas não cuidou sentimentos
Vendo a porteira do tempo, só dar destino a quem abre

A retranca é mais pesada, por fechada a vida inteira
Tem entre a trama e a tronqueira, um cadeado em abandono
Só que lhe cortem os fios, pois só cruza o adeus do vento
Porque a porteira do tempo, só dá o limite pra o dono

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